A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) informou no dia 05 de setembro os resultados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). O destaque foi para o aumento de 1 ponto percentual de famílias endividadas no Brasil no mês de agosto (se comparado a julho), atingindo 79% dos lares do país.
É importante destacar que essa pesquisa considera também o cartão de crédito e os carnês de lojas, além de demais endividamentos como os de empréstimos e financiamentos.
Uma coisa é o endividamento, que apenas indica que existem contas futuras a serem pagas. Outra é a inadimplência, que já assume que existem obrigações de pagamentos que não foram pagas e que, em sua maioria vão gerar multas e juros para compensar esse atraso.
Do outro lado dos endividados e da inadimplência que eles podem causar, estão os credores, ou seja, as empresas que têm que lidar com essa situação. Hoje muitas empresas já optaram por terceirizar o problema da inadimplência para as operadoras de cartão ao não aceitarem outras modalidades mais arriscadas de pagamento, como os carnês e boletos.
Para muitos setores, no entanto, ainda é comercialmente inviável deixar de trabalhar com essas modalidades. Nesses casos, é muito comum nos depararmos com aqueles que não fazem o controle e medição adequada da inadimplência e, quando passam a fazê-lo, entendem que é uma parcela significativa do seu lucro indo embora.
Mesmo quem já passou a aceitar apenas cartão ou modalidades de pagamento a vista não fica isento do impacto desse alto endividamento. Os grandes motivos para isso ocorrer são as injeções pontuais de dinheiro extra no bolso das famílias com o intuito de fomentar o mercado.
Essa estratégia funciona, já que gera uma onda positiva nas vendas até, obviamente, esse dinheiro acabar. Para muitos, não vai restar apenas um saldo bancário zerado, mas também várias obrigações futuras de pagamento com risco de inadimplência, já que nem sempre esse dinheiro extra continuará vindo. Sem dinheiro no presente e ainda comprometido no futuro, o consumo esfria novamente, afetando até mesmo aqueles empresários que se sentem totalmente protegidos.
O melhor método de se precaver, direta ou indiretamente, é o planejamento financeiro de qualidade. A inadimplência, quando em níveis controlados, não é necessariamente a vilã. O vilão acaba sendo as tomadas de decisões no escuro, sem a devida previsão dos riscos que podem acontecer e sem saber se o retorno esperado das ações supera os riscos que surgirão.
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A tendência é que exista uma melhora gradativa nesses indicadores já que notícias recentes apontam para um crescimento no PIB e queda na taxa de desemprego, segundo o IBGE.
ARTIGO ESCRITO POR:
Economista João Pedro M. Coneglian
Sócio/Consultor da Fabri Consultoria
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